
ELOGIO DA LEITURA
A leitura é o momento de paz... De entretenimento, de lazer, de cultura. De aprender algo para a vida futura, de fazer algo melhor do presente, e para entender, aceitar e esquecer o passado. A leitura é o momento de luz. É o momento em que se deduz, que a vida é bela, porque finalmente nós a entendemos! É o momento em que refletimos, e aprendemos as experiências alheias, e conhecemos a sabedoria humana. E a divina. Verdade pura e cristalina, que ao entendermo-la, o infinito e o eterno se nos defrontam, e nada mais, neste mundo, nos amedronta.
A leitura é o ato pelo qual, o vazio e o todo se equiparam, a ignorância e a inteligência se eqüidistam, o homem se completa, e esta harmonia, o torna feliz... É o espaço ínfimo entre o céu e a terra, o mar e as estrelas, o sol e a lua, o passado e o futuro, a dor e a felicidade, a riqueza e a pobreza.
Rico de virtudes e feliz torna-se o homem pelo hábito da leitura. Do anão e infantil cabedal cultural, pode, ao cabo de meses, alcançar o ápice da humana intelectualidade. Em suas diversas formas. Em seus diversos pontos. Em seus diversos fatos... Compreende a natureza. A religião. A vida. A arte. A psicologia humana. Pode torná-lo detentor de vasta sabedoria e cultura. E das mais indeléveis virtudes. E dos mais aprazíveis talentos. E da mais bela vida, que um homem pode viver.
A falta desta virtude preciosa leva milhões de homens e mulheres, em todo o mundo, ao desespero, ao desânimo, à ignorância, à desesperança e à infelicidade. Prejudicando-os, em quais forem seus afazeres e ocupações. Na escola, não é um bom aluno... No trabalho, não dá o melhor de si... Na igreja, não é um bom cristão... Tal fato acarreta o nefasto arrependimento, no momento derradeiro da vida, em que as ilusões cessam; pois finalmente se aprende que os sonhos não são concretizados de uma hora para a outra. Mas se conquistam!
A leitura é o prazer de todos aqueles que valorizam a história, e a verdade, e a vida. Ler um jornal, uma boa revista, um livro... E, autodidaticamente, formar-se para a vida, para o trabalho, para o futuro, para a felicidade... Tal qual avezinha, que tendo deixado o ninho, pela primeira vez se põe a voar... O hábito da leitura começa sôfrego, impaciente, difícil. E a compreensão (da leitura) pequena. E o gosto (pela leitura) ameno. Mas como a pequena ave, que, através do esforço de suas asas, subiu bem alto, até alcançar o céu, e o poder, e o tamanho e a aparência da nobre águia; tal qual pode também o homem, através do esforço da mente, do controle do ímpeto e da perseverança; ler, ler e não mais reclamar. Mas ler, entender, compreender, conhecer e gostar.
O que a leitura, ato tão benévolo e construtivo, unicamente requer, são homens e mulheres dispostos a dedicar-se a ela. Que não se incomodem de deixar de lado, por um momento, o futebol e as novelas, os jogos e os passeios, as músicas e as conversas, o agito de toda a sua rotina; para num dia, recobrar ânimo e, começar. E ler, estudar; saber o porquê, o que e como.
Requer-se um tempo. Um pequeno momento em que se desprezem coisas fúteis e vãs, para se ter uma infinita recompensa, que não tardará em chegar. Mas que desde o primeiro instante, será o reflexo de seus atos, de seus pensamentos e de sua razão.
O poder da leitura não tem limites. Tal qual virtuoso homem que se recupera das drogas, depois do horrendo e compulsório vício; o último da classe tornar-se-á um juiz. Um prefeito. Um médico. Um professor...
Somente a leitura abre um leque assim tão grande, de sonhos e esperanças para o futuro, de criatividade, zelosidade e boas idéias para o presente. E de sabedoria, para caminhar confiante e racionalmente por todos os caminhos da vida.
Conclamo que leiamos as preciosas obras do maravilhoso mundo dos livros! E demos mais valor para esta oportunidade que se nos apresenta. Hemos todos de nos livros buscar, as biografias que hão de nos inspirar e a utopia que há de nos levar um dia, a lutar por um mundo melhor!
Nelson Malzoni (2004)