
ABSCONDITUM MENTIS
(O Escondido da Mente)
Indigna reação da vida! Incessante agonia!
Se lutamos pelo melhor e só nos vem problemas,
Se procuramos a felicidade, mas só há dilemas,
Nenhum conforto e pouca alegria!
Aurora escondida, no fulcro da noite!
Quisera encontrá-la antes que me encontre a morte,
Quisera eu possuí-la pra ver se dá sorte,
Da próxima vez que receber do mundo o açoite!
Lágrimas eternas num coração inconsolável!
Pelas tantas agonias e tristezas vividas,
Por dores tantas nesta vida sentidas;
Sonhara ao menos um dia de glória considerável!
Tenaz loucura de um poder lívido!
Onde achar poder-se-ia em mim um sorriso nítido,
Diante das tragédias que acompanham nossos passos,
Arrastando-nos à sepultura co’s antepassados?
Desistir da luta é suprema covardia!
Mas de onde tirar força de um coração contrito,
Que já tanto sonhou, mas só vive dor e atrito?
Oh Deus, se podes, luz em mim irradia!
A vida é uma constante morte,
Ou será a morte uma eterna vida?
De onde tirar forças para ser forte,
Se nossa liberdade é por demais limitada?
Oh glória escondida, oh vitória que não se acha!
O que queres de mim? Dá-me a felicidade ou me mata!
Nem sequer pedi pra nascer,
E o mundo desaba sobre mim!
Nelson Malzoni ®