Necessidade de Reforma Alimentar

[Nota: Esta mensagem reafirmando os pontos essenciais da reforma de saúde foi apresentada pela Sra. White aos delegados à Assembléia Geral, reunida em Washington, D.C.. em 31 de Maio de 1909.]

Fui incumbida de dirigir uma mensagem a todo o nosso povo a respeito da reforma do regime alimentar; pois muitos se têm desviado de sua anterior fidelidade a esses princípios. O propósito de Deus em relação a Seus filhos é que cresçam até a estatura perfeita de homens e mulheres em Cristo Jesus. Para conseguir isso, cumpre que façam uso legítimo de toda faculdade do espírito, mente e corpo. Não devem desperdiçar nenhuma força mental nem física.

A questão de como preservar a saúde é de primordial importância. Quando a estudamos no temor do Senhor, aprendemos que o melhor para nosso progresso, tanto físico como espiritual, é a observância de uma dieta simples. Estudemos com paciência esse assunto. Precisamos de conhecimento e bons critérios para progredir sabiamente nessa questão. Não se deve resistir, mas sim obedecer as leis da natureza.

Os que receberam instruções sobre os males causados por alimentos cárneos, chá, café e preparações alimentares ricas e não saudáveis, e que estão dispostos a fazer com Deus um concerto de sacrifício, deixarão de satisfazer seu apetite por alimentos que, sabem, não são sadios. Deus exige que o apetite seja purificado e que se pratique a renúncia quando se trata de coisas que não são boas. Essa obra tem de ser executada antes que Seu povo possa aparecer perfeito diante dEle.

O povo remanescente de Deus deve estar convertido. A apresentação desta mensagem, tem como objetivo a conversão e santificação das pessoas. Devemos sentir neste movimento o poder do Espírito de Deus. É esta uma mensagem maravilhosa e definida; significa tudo para quem a recebe e deve ser proclamada em alta voz. Devemos ter fé verdadeira e constante em que esta mensagem há de continuar aumentando de importância até o fim do tempo.

Há alguns professos crentes que aceitam certas porções dos Testemunhos como mensagens de Deus, enquanto rejeitam as que condenam suas inclinações favoritas. Tais pessoas estão trabalhando contra seu próprio bem-estar e contra o bem-estar da igreja. É essencial que andemos na luz enquanto a temos. Os que dizem crer na reforma da saúde e, no entanto, trabalham contra seus princípios na vida prática diária, estão se prejudicando e deixando má impressão na mente de crentes e descrentes. — Testimonies for the Church 9:153, 154.

Vigor mediante a obediência — Arcam com grande responsabilidade os que conhecem a verdade, para conseguir que todas as suas obras correspondam à sua fé, sua vida seja purificada e santificada, e eles preparados para a obra que tem de ser rapidamente feita nestes últimos dias. Não dispõem de tempo nem de forças para gastá-los com satisfazer o apetite. As seguintes palavras devem soar-nos aos ouvidos com impressiva gravidade: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor”. Atos dos Apóstolos 3:19. Muitos dentre nós têm espiritualidade deficiente, e, a menos que sejam totalmente convertidos, se perderão irremediavelmente. Queremos correr esse risco? […]

Deus requer de Seu povo crescimento contínuo. Devemos aprender que condescender com o apetite constitui o maior embaraço ao cultivo do espírito e à santificação. Apesar de sua adesão à reforma do regime alimentar, muitos seguem regime impróprio. A transigência com o apetite é a causa principal da debilidade física e mental, e é em grande parte responsável pela fraqueza e morte prematura de muitos. Todo indivíduo que aspira à pureza de espírito, deve ter sempre presente que em Cristo há poder para vencer o apetite.

Se pudéssemos obter qualquer benefício da condescendência com o desejo de alimentos cárneos, eu não lhes faria este apelo. Mas sei que tal não se dá. A alimentação cárnea é prejudicial ao bem-estar físico e devemos aprender a passar sem ela. Os que estão em condições de seguir o regime vegetariano, mas atêm-se às suas preferências, comendo e bebendo o que lhes apraz, aos poucos se tornarão descuidosos das instruções que o Senhor lhes deu no tocante às outras verdades e serão por fim incapazes de as entender, colhendo o que semearam.

Aos alunos de nossas escolas não se deve servir carne nem quaisquer outros alimentos que se sabe serem prejudiciais. Nada que possa promover o apetite pelos estimulantes deve ser posto à mesa. Apelo aos idosos, aos jovens e aos adultos em geral. Não satisfaçam seu apetite com o que lhes pode causar dano. Sirvam ao Senhor com sacrifício. […]

Muitos há que sentem não poder permanecer por muito tempo sem o uso de alimentos cárneos; mas se essas pessoas se colocarem do lado do Senhor, absolutamente resolvidas a andar no caminho pelo qual Ele deseja guiá-las, receberão força e sabedoria, como sucedeu a Daniel e seus companheiros. Verão como o Senhor lhes pode dar bom discernimento, e se surpreenderão ao ver quanto pode ser poupado para a obra de Deus pelos atos de renúncia. As pequenas somas, poupadas por atos de sacrifício farão mais para o sustento da obra de Deus do que os grandes donativos feitos sem renúncia. — Testimonies for the Church 9:154-158.

Assumir posição firme — Os adventistas do sétimo dia proclamam verdades importantíssimas. Há mais de quarenta anos, o Senhor nos deu luz especial sobre a reforma do regime alimentar, mas de que modo estamos andando nessa luz? Quantos têm recusado viver de acordo com os conselhos de Deus! Como povo, nosso progresso deveria ser proporcional à luz que recebemos. Nosso dever é compreender e respeitar os princípios da reforma de saúde. No tocante à temperança, deveríamos ter progredido mais do que qualquer outro povo e, entretanto, há ainda entre nós membros da igreja bem instruídos e mesmo ministros do evangelho que têm pouco respeito pela luz que Deus deu sobre o assunto. Comem o que lhes apraz e agem do mesmo modo.

Os que ocupam cargos de professor ou líderes em nossa causa devem estar firmados no terreno da Bíblia, com relação à reforma de saúde e dar testemunho decidido aos que crêem que estamos vivendo nos últimos dias da história deste mundo. Cumpre traçar uma linha divisória entre os que servem a Deus e os que servem a si próprios.

Foi-me mostrado que os princípios que nos foram propostos no começo da mensagem são tão importantes e devem ser considerados tão conscienciosamente hoje como o foram então. Alguns há que jamais seguiram a luz dada com respeito ao regime alimentar. Agora é o tempo de tirar a luz de sob os obstáculos e fazê-la resplandecer com raios claros e brilhantes.

Os princípios do regime alimentar significam muito para nós, individualmente, e como povo. Quando pela primeira vez me veio a mensagem da reforma alimentar, eu era fraca e muito débil, sujeita a desmaios freqüentes. Roguei a Deus que me auxiliasse, e Ele me apresentou a grande questão da reforma de saúde. Revelou-me que os que pretendem guardar os Seus mandamentos devem ser postos em relação sagrada com Ele e, por meio da temperança no comer e no beber, conservar o espírito e o corpo nas condições mais favoráveis para o Seu serviço. Essa luz me foi uma grande bênção. Tomei posição como observadora da reforma de saúde, sabendo que o Senhor me fortaleceria. Tenho hoje melhor saúde do que na juventude, apesar da minha idade.

Houve quem alegasse que não tenho seguido os princípios da reforma de saúde, tais como os defendo em meus escritos; posso, entretanto, dizer que tenho sido fiel a essa reforma. Os membros da minha família sabem que isso é verdade. — Testimonies for the Church 9:158, 159.

“Para a glória de Deus” — Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar, mas dizemos que nos países onde há muita fruta, cereais e nozes, os alimentos cárneos não constituem alimentação própria para o povo de Deus. Fui instruída que a alimentação de carne tende a embrutecer a natureza e a privar as pessoas daquele amor e simpatia que devem sentir umas pelas outras, dando aos instintos baixos o domínio sobre as faculdades superiores do ser. Se a alimentação de carne foi saudável algum dia, é perigosa agora. Constitui em grande parte a causa dos cânceres, tumores e moléstias dos pulmões.

Não nos compete fazer do uso da alimentação cárnea uma prova de comunhão; devemos, porém, considerar a influência que crentes professos, que fazem uso de carne, têm sobre outras pessoas. Como mensageiros de Deus, não deveríamos testemunhar ao povo: “Quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”? 1 Coríntios 10:31. Não deveríamos dar um testemunho decidido contra a transigência com o apetite pervertido? Pode ser considerado apropriado que os ministros do evangelho, que estão a proclamar a verdade mais solene já enviada aos mortais, se constituam em exemplo no regresso às panelas de carne do Egito? É lícito que os que são sustentados pelos dízimos dos celeiros de Deus se permitam a condescendência que tende a envenenar a corrente vivificadora que lhes flui nas veias? É correto que desprezem a luz que Deus lhes deu e as advertências que lhes faz? A saúde do corpo deve ser considerada como essencial para o crescimento na graça e para a aquisição de bom temperamento. Se o estômago não for bem cuidado, a formação de caráter moral íntegro será prejudicada. O cérebro e os nervos relacionam-se com o estômago. O comer e o beber impróprios resultam num pensar e agir também impróprios.

Todos estão sendo agora experimentados e provados. Fomos batizados em Cristo, e, se desempenharmos nossa parte em renunciar a tudo o que nos afeta desfavoravelmente, fazendo de nós o que não devemos ser, ser-nos-á concedida força para o crescimento em Cristo, que é a nossa cabeça viva, e veremos a salvação de Deus.

Somente quando dermos atenção inteligente aos princípios do viver saudável seremos habilitados a ver os males que resultam do regime impróprio. Os que, depois de reconhecerem seus erros, tiverem coragem para reformar seus hábitos; hão de experimentar que o processo da reforma exige lutas e muita perseverança. Uma vez educados os gostos, porém, reconhecerão que o uso de alimentos que antes haviam considerado inofensivos, estivera, pouco a pouco, mas de modo contínuo, lançando bases para a dispepsia e outras moléstias.

Os pais e mães devem vigiar em oração. Devem colocar-se em guarda rigorosa contra a intemperança sob qualquer forma. Ensinem aos filhos os princípios da verdadeira reforma de saúde. Ensinem-lhes o que convém evitar, a fim de preservar a saúde. Já a ira de Deus está começando a manifestar-se sobre os filhos da desobediência. Quantos crimes, pecados e práticas iníquas estão se manifestando por todos os lados! Como um povo, devemos ter o maior cuidado de proteger nossos filhos da companhia depravada. — Testimonies for the Church 9:159-161.

Educar o povo — Devem ser feitos os maiores esforços para educar o povo nos princípios da reforma de saúde. Importa fundar escolas culinárias e instruir o povo, de casa em casa, na arte de preparar alimentos saudáveis. Todos, adultos e jovens, necessitam aprender a cozinhar com maior simplicidade. Onde quer que a verdade seja apresentada, o povo terá de aprender a preparar alimentos de modo simples e apetitoso. Cumpre mostrar-lhe como é possível seguir um regime alimentar adequado sem lançar mão dos alimentos animais.

Ensinemos ao povo que é melhor saber conservar a saúde do que curar as enfermidades. Nossos médicos devem ser educadores sábios, advertindo a todos contra a tolerância do apetite e mostrando que a abstinência das coisas que Deus proibiu é o único modo de evitar a ruína não só do corpo, mas também da mente.

Muito cuidado e habilidade devem ser empregados na preparação dos alimentos destinados a substituir os que antigamente constituíam o regime alimentar dos que agora estão aprendendo a ser reformadores de saúde. Para esse fim requer-se fé em Deus, firmeza de propósito e o desejo de promover o auxílio mútuo. Um regime que deixa de fornecer os elementos próprios da nutrição acarreta opróbrio à causa da reforma de saúde. Somos mortais e temos que prover o alimento próprio para o corpo. — Testimonies for the Church 9:161.

Exageros no regime alimentar — Alguns de nosso povo, ainda que se abstenham conscienciosamente de alimentos impróprios, deixam, entretanto, de suprir-se dos elementos necessários ao sustento do corpo. Nutrindo idéias exageradas a respeito da reforma de saúde, correm o risco de preparar pratos tão insípidos que não satisfazem o apetite. É necessário preparar o alimento de modo a ser não só apetitoso, como substancial. Não se deve subtrair ao corpo o que ele necessita. Eu uso sal e sempre o usei, porque o sal é realmente essencial para o sangue. Os vegetais podem tornar-se mais saborosos com um pouco de leite, nata. ou algo equivalente.

Posto que se tenha advertido contra o perigo de contrair enfermidades pelo uso de manteiga e contra os males provenientes do uso abundante de ovos por parte das crianças, não devemos considerar violação do princípio, usar ovos de galinhas bem tratadas e convenientemente alimentadas. Os ovos contêm propriedades que são agentes medicinais neutralizantes de certos venenos.

Abstendo-se de leite, ovos e manteiga, alguns deixaram de prover ao organismo o alimento necessário e, em conseqüência, se enfraqueceram e ficaram incapacitados para o trabalho. Assim é que a reforma de saúde perde o seu prestígio. A obra que temos procurado construir solidamente, acaba confundida com coisas estranhas que Deus não exigiu, e as energias da igreja são desperdiçadas. Mas Deus intervirá para evitar os resultados de idéias tão extremadas. O evangelho tem por alvo harmonizar a raça pecaminosa. O seu fim é levar ricos e pobres, conjuntamente, aos pés de Jesus.

Tempo virá em que talvez tenhamos que deixar alguns dos artigos de que se compõe o nosso atual regime, tais como leite, nata e ovos, mas não é necessário provocar perplexidade para nós mesmos com restrições exageradas e prematuras. Esperemos até que as circunstâncias o exijam e o Senhor prepare o caminho para isso.

Os que almejam êxito na proclamação dos princípios da reforma pró-saúde devem fazer da Palavra de Deus seu guia e conselheiro. Somente quando assim procederem é que os mestres dos princípios dessa reforma poderão se colocar em terreno vantajoso. Evitemos dar testemunho contra ela, deixando de usar alimentos nutritivos e saborosos em lugar das coisas prejudiciais do regime que abandonamos. De forma alguma satisfaçamos o apetite quando ele requer estimulantes. Usemos somente alimentos simples, nutritivos e agradeçamos a Deus constantemente pelos princípios da reforma pró-saúde. Em tudo sejamos verdadeiros e retos, e ganharemos vitórias preciosas. — Testimonies for the Church 9:161-163.

O regime alimentar em diferentes países — Apesar de batalhar contra a glutonaria e a intemperança, necessitamos reconhecer a condição a que está sujeita a família humana. Deus fez provisões para os que vivem nas diversas partes do mundo. Os que desejam ser Seus cooperadores devem refletir maduramente antes de especificar os alimentos que devem ser usados e os que não devem. Cumpre colocar-nos em ligação íntima com o povo. Se a reforma de saúde com todo o seu rigor, for ensinada àqueles cujas circunstâncias não lhes permitem a sua adoção, poderá produzir mais mal do que bem. Quando prego o evangelho aos pobres, sou instruída a dizer-lhes que tomem os alimentos mais nutritivos. Não posso dizer-lhes: “Não devem comer ovos, nem usar leite ou nata. Não devem empregar manteiga no preparo dos alimentos.” O evangelho tem que ser pregado aos pobres, mas ainda não chegamos ao tempo em que deverá ser prescrito o regime dietético mais rigoroso. — Testimonies for the Church 9:163.

Deus quer nos abençoar — Os pastores que se sentem em liberdade para tolerar o apetite estão longe de atingir o alvo. Deus os quer como reformadores de saúde. Deseja-os vivendo na luz que foi dada sobre este assunto. Entristece-me ver os que deveriam ser zelosos dos nossos princípios de saúde, ainda não estão convertidos ao modo de vida que nos convém. Oro ao Senhor para que lhes impressione o espírito com o fato de que estão sofrendo grande perda. Se tudo fosse como deveria ser nos lares de que se compõem nossas igrejas, faríamos trabalho dobrado para o Senhor.

A fim de serem purificados e permanecerem puros, os adventistas do sétimo dia têm de possuir o Espírito Santo em seu coração e lar. O Senhor me revelou que quando o Israel de hoje se humilhar perante Ele e limpar toda mancha que porventura contamine o templo da alma, ouvir-lhe-á as orações em favor dos enfermos e os abençoará no uso de Seus remédios. Se o agente humano fizer, pela fé, tudo quanto puder para combater a enfermidade, empregando os métodos simples de tratamento por Deus providos, seus esforços serão abençoados por Ele.

Se depois de tanta luz que lhes foi dada, os filhos de Deus ainda mantiverem hábitos errôneos, condescendendo com o apetite e recusando reformar-se, sofrerão fatalmente as conseqüências da transgressão. Se desejarem satisfazer o apetite pervertido, seja a que preço for, Deus não os salvará miraculosamente daquilo que é o resultado de sua condescendência. “Em tormentos, jazereis”. Isaías 50:11. […]

Quantos se privam das bênçãos mais preciosas que Deus tem em depósito para eles, seja em saúde, seja em dons espirituais! Há muitas pessoas que reclamam vitórias e bênçãos especiais para que possam fazer alguma coisa apreciável. Para esse fim estão sempre sentindo que lhes é necessário empenhar-se numa exaustiva luta com orações e lágrimas. Quando tais pessoas esquadrinharem as Escrituras com espírito de oração, para conhecer a vontade divina e pô-la em prática de todo o coração, sem reserva alguma nem tolerância de qualquer espécie, encontrarão descanso. Todas as agonias, lágrimas e lutas não lhes produzirão a bênção que anelam. O eu precisa ser totalmente renunciado. Devem fazer a obra que se lhes apresenta, recebendo a plenitude da graça de Deus, que é prometida a todos os que a pedem com fé.

“Se alguém quer vir após Mim. negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me”. Lucas 9:23. Sigamos o Salvador em Sua simplicidade e renúncia. O Homem do Calvário seja por nós enaltecido pela palavra e pela vida santificada. O Salvador chega muito perto dos que se consagram a Deus. Se já houve um tempo em que mais necessitássemos da operação do Espírito Santo no coração e na vida, esse tempo é o atual. Asseguremo-nos desse poder divino para termos a força de viver uma vida de santidade e renúncia. — Testimonies for the Church 9:163-166.

Ellen G. White, Conselhos para a Igreja, capítulo 42.


OS PERÍODOS DA ALIMENTAÇÃO DO POVO DE DEUS

 
 
  1° Período: ANTES DO PECADO – Frutas ( Frugívoro)
 
 

Gên. 1:29: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda árvore, em que há fruto de árvore, que dá semente, ser-vos-á para mantimento”.
 
Gên. 2:16: “E ordenou o senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,...”.
 
Gên. 3:2: “E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos”.
 
CRA 373. “Deus deu aos nossos primeiros pais o alimento que pretendia que a humanidade comesse. Era contrário ao Seu plano que se tirasse a vida a qualquer criatura. Não devia haver morte no Éden. Os frutos das árvores do jardim eram o alimento que as necessidades do homem requeriam”.
 
CRA 374. “O regime indicado ao homem no princípio, não compreendia alimento animal...”.
 
CRA 374. “Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime;...”.
 
CRA 410. “Talvez penseis que não vos é possível trabalhar sem carne. Assim pensei algum tempo, mas sei que em Seu plano original, Deus não providenciou carne de animais mortos como parte do regime alimentício do homem. É um gosto grosseiro, pervertido, que aceita esse alimento”.
 
Lendo estas passagens podemos notar claramente que o regime que o Senhor deu à raça humana antes do pecado consistia apenas em frutas.
 


2º Período: APÓS O PECADO E ANTES DO DILÚVIO - Frutas, legumes e verduras (Vegetariano).

2° Período: APÓS O PECADO E ANTES DO DILÚVIO – Frutas legumes e verduras  (vegetariano)


Gên. 3:18: “Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo”.
 
CRA 81; CBV 295, 296. “Ao deixar o Éden para ganhar a subsistência lavrando a terra sob a maldição do pecado, o homem recebeu também permissão para comer a ‘erva do campo’. Gên. 2:5. Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Estes alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual, que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante”.
 
Após o pecado Deus acrescentou ao regime alimentar os cereais, as verduras, tais como o feijão, o arroz, a alface, o almeirão, etc. Esta era a erva do campo que agora estava sendo acrescentada ao regime alimentar estipulado por Deus. Deus, depois do pecado, não concedeu aos seus filhos permissão para comerem carne. Este regime natural, isento de toda e qualquer espécie de carne, durou desde o pecado até ao dilúvio.
 

Média de Vida do Homem Antes do Dilúvio

 
Adão – 930 anos. Gên. 5:5.
Sete – 912 anos. Gên. 5:8.
Enos – 905 anos. Gên. 5:11.
Cainã – 910 anos. Gên. 5:14.
Maalaleu – 895 anos. Gên. 5:17.
Járede – 962 anos. Gên. 5:20.
Matusalém – 969 anos. Gên. 5:27.
Lameque – 777 anos. Gên. 5:31.
Noé – 950 anos. Gên. 9:29.
 
Média de Vida = 912,2. Esta era a média de vida de um ser humano sob o regime natural.
 
Do pecado até o dilúvio passaram-se 1656 anos

Efeitos da alimentação cárnea antes do dilúvio sobre os ímpios.

 
Como mencionamos, estamos analisando a história da alimentação do povo de Deus. Enquanto que a carne passou, como veremos adiante, a fazer parte da alimentação do povo de Deus apenas depois do dilúvio, os ímpios passaram a usá-la antes do dilúvio. Isto agravou a impiedade naqueles dias.
 
 
Gên. 6:5: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”.
 
PP 46. “Mas, depois da queda, os homens preferiram seguir os seus próprios desejos pecaminosos; e, como resultado, o crime e a miséria aumentaram rapidamente. Nem a relação do casamento nem os direitos de propriedade eram respeitados. Quem quer que cobiçasse as mulheres ou as posses de seu próximo, tomava-as pela força, e os homens exultavam com suas ações de violência. Deleitavam-se na destruição da vida de animais; e o uso da carne como alimento tornava-os ainda mais cruéis e sanguinolentos, até que vieram a considerar a vida humana com espantosa indiferença”.
 


3º Período: APÓS O DILÚVIO - Carne, frutas, legumes e verduras.
 
 

3° Período: APÒS O DILÚVIO – Carne, frutas, legumes e verduras

Apenas depois do dilúvio Deus concedeu permissão para que Seu povo – naquela época constituído de oito almas – provasse do alimento cárneo e o constituísse parte de seu regime alimentar.
 
Gên. 9:1-4: “E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a Terra. E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo o animal da Terra, e sobre toda a ave do céus; tudo o que se move sobre a Terra, e todos os peixes do mar, na vossa mão são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. A carne, porém com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”.
 
CRA 373. “Deus não deu ao homem permissão para comer alimento animal, senão depois do dilúvio. Fora destruído tudo que pudesse servir para a subsistência do homem, e diante da necessidade deste, o Senhor deu a Noé permissão de comer dos animais limpos que ele levara consigo na arca. Mas o alimento animal não era o artigo de alimentação mais saudável para o homem”.
 
O principal motivo pelo qual Deus então acrescentou a carne ao regime do homem foi pra que esta não vivesse tanto tempo sobre a Terra. Como vimos, antes do dilúvio uma pessoa vivia em média mais de 900 anos, depois do dilúvio, porém, poderemos verificar que a média de vida da humanidade em geral caiu drasticamente.
 
CRA 373. Depois do dilúvio o povo comeu à vontade do alimento animal. Deus viu que os caminhos do homem eram corruptos, e que o mesmo estava disposto a exaltar-se orgulhosamente contra seu Criador, seguindo as inclinações de seu coração. E permitiu Ele que aquela raça de gente longeva comesse alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo após o dilúvio o gênero humano começou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extensão dos anos. Spiritual Gifts, vol. 4, págs. 121 e 122”.
 
Mesmo que a carne aqui tenha sido permitida como alimento, havia diferença entre as carnes limpas e imundas. Isto está claramente revelado em Gêneses 7:2 onde Deus claramente especificou a Noé quantos casais de animais limpos e imundos entrariam na arca. Eram 7 casais de animais limpos de cada espécie e um casal de imundos segundo a espécie. Logo depois do dilúvio Noé não utilizou nenhum animal imundo como alimento, caso o fizesse, a espécie não teria continuado. Os animais imundos foram colocados na arca apenas para preservar a espécie, mas jamais como alimento para o homem.
 
 

Tempo médio de Vida do Homem Depois do dilúvio

 
Somando-se a idade com que os personagens bíblicos geraram seu primeiro filho, podemos chegar a uma data aproximada dos números de anos que decorreram em um determinado período. Este cálculo fizemos com as gerações que existiram antes do dilúvio para sabermos quantos anos decorreram do pecado de Adão até ao dilúvio e o efeito que a alimentação vegetariana exerceu sobre aquelas pessoas dando-lhes mais de 900 anos de vida. Aqui verificaremos utilizando o mesmo cálculo quantos anos decorreram desde o momento em que o homem passou a comer carne até aos dias de Abraão e o efeito que a alimentação cárnea exerceu sobre a longevidade, o resultado é digno não só de nossa atenção mas também de uma mudança em nosso estilo alimentar caso queiramos viver mais e melhor!
 
Gên.10:1. “Estas pois são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão, e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio”.
 
Gên. 11:10. “Estas são as gerações de Sem: Sem era da idade de cem anos, e gerou a Arpachede, 2 anos depois do dilúvio”.
 
Gên. 11:12. “E viveu Arpachede  viveu 35 anos, e gerou a Sela”.
 
Gên. 11:14. “E viveu Selá 30 anos, e gerou a Éber”.
 
Gên. 11:16. “E viveu Éber 34 anos e gerou a Pelegue”.
 
Gên. 11:18. “E viveu Pelegue 30 anos, e gerou e Réu”.
 
Gên. 11:20. “E viveu Réu 32 anos, e gerou a Serugue”.
 
Gên. 11:22. “E viveu Serugue 30 anos, e gerou a Naor”.
 
Gên. 11:24. “E viveu Naor 29 anos, e gerou a Terá”.
 
Gên. 11:32. “E foram os dias de Terá 205 anos; e morreu Terá em Harã”.
 
Anos decorridos do Dilúvio até a morte de Terá = 427 anos.
 
Em 427 anos o homem deixou de viver uma média de 912,2 anos – o qual conservou esta media por mais de 16 séculos – para passar a viver apenas 205 anos. Esta diferença ocorreu em apenas 427 anos!!!
 
Abraão por sua vez sendo filho de Terá viveu 175.
 
Gên. 25:7. “Estes, pois são os dias dos anos de vida de Abraão, que viveu 175”.
 
Nos dias de Davi a longevidade do homem já havia caído ainda mais, para cerca de 70 ou 80 anos.  Sal. 90.10.
 
 
4º Período: DEPOIS DA SAÍDA DO POVO DE ISRAEL DO EGITO - Vegetariano (Maná).
 
 

4°: DEPOIS DA SAÍDA DO POVO DE ISRAEL DO EGITO – Vegetariano (Maná)


Dois meses e quinze dias depois que os filhos de Israel saíram do Egito Deus, devido à murmuração do povo por carne concedeu-lhes então o alimento que desejavam, sem nenhum castigo.
 
Ex. 16:1-3, 8-13. “E partindo e Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito. E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes trazido a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações, com que murmurais contra ele. E quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor. Depois disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do Senhor, porque ouviu as vossas murmurações. E aconteceu que, quando falou Arão a toda a congregação dos filhos de Israel, e eles se viraram para o deserto, eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem. E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel. Fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus. E aconteceu que à tarde subiram codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã jazia o orvalho ao redor do arraial.”
 
Contudo, as codornizes não mais voltaram, pois Deus em sua misericórdia queria levar Seu povo a um regime mais saudável, onde pudessem ter mente sóbria e limpa para entender Seus reclamos.
 
Deus envia o maná.
 
Ex. 16:4 – 5, 14. “Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não. E acontecerá, no sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia. E quando o orvalho se levantou, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra.”
 
De acordo com o texto acima, portanto, a alimentação natural passou a ser uma prova em vários aspectos para o povo de Israel.
 
Ex. 15:14, 15: “E, alçando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda; miúda como a geada sobre a terra. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes pois Moisés; Este é o pão que o Senhor vos deu para comer”.
 
Qual era o pão, o alimento que Deus desejava que o povo de Israel comesse? O maná, ou seja, um regime vegetariano, livre de cadáveres!
 
A carne desta forma deixou de fazer parte do regime do povo, e o mesmo então passou a se alimentar exclusivamente do pão do céu, o maná.
 
Ex. 16:21: “Eles, pois o colhiam cada manhã, cada um conforme ao que podia comer; porque, aquecendo o sol, derretia-se”.
 
Num. 11:7-9: “E era o maná como semente de coentro, e a sua cor como a cor de bedélio. Espalhava-se o povo, e o colhia, e em moinhos o moia, ou num gral o pisava, e em panelas o cozia, e dele fazia bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco. E, quando descia de noite sobre o arraial, o maná descia sobre ele”.
 
CRA 375.O Senhor disse claramente a Seu povo que lhes viriam todas as bênçãos, caso eles guardassem Seus mandamentos, e fossem um povo particular. Advertiu-os, por meio de Moisés no deserto, especificando que a saúde seria a recompensa da obediência. O estado da mente tem grandemente que ver com a saúde do corpo, e em especial com a saúde dos órgãos digestivos. Em geral, o Senhor não proveu carne a Seu povo no deserto, porque sabia que esse regime suscitaria doença e insubordinação. A fim de modificar a disposição e levar as mais altas faculdades do espírito a exercício ativo, deles tirou a carne de animais mortos. Deu-lhes o pão dos anjos, maná do céu. Manuscrito 38, 1898”.
 
Ne. 9:21-22. “E deste o teu bom Espírito, para os ensinar; e o teu maná não retiraste da sua boca; e água lhes deste na sua sede. De tal modo os sustentaste quarenta anos no deserto; nada lhes faltou; as suas roupas não se envelheceram, e os seus pés não se incharam.”
 
Ex. 16:32. “E disse Moisés: Esta é a palavra que o Senhor tem mandado: Encherás um gômer dele e guardá-lo-ás para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito.”
 
Ex.16:35: E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que habitaram em terra habitada: comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã”.
 
CRA 96. “Assim como Deus forneceu do Céu o maná para o sustento dos filhos de Israel, também dará ao Seu povo, em diferentes lugares, perícia e sabedoria para usarem os produtos desses países no preparo de alimentos que substituam a carne. Testimonies, vol. 7, págs. 124 e 125”.
 
 
Depois do Sinai
 
 
A história da peregrinação do povo de Israel no deserto pode ser dividida em duas partes: Antes do Sinai, onde o povo estava ainda ignorante acerca da vontade clara de Jeová e depois do Sinai, onde os preceitos do divino Ser haviam sido passados de forma a não d deixar dúvida de Sua expressa vontade. Portanto, certas coisas que Deus tolerou antes de o povo se acampar no Sinai, não poderiam ser toleradas agora que tinham luz. A Bíblia nos mostra que enquanto alguém está ignorante sobre certa luz, Deus, não tenm em conta os tempos da ignorância. At. 17:30. Sobre isto ainda podemos ler:
 
Jo. 9:41. “Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.”
 
Jo.15:22. “Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado.”
 
Tg.  4:17. “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”
 
Diante dessas circunstancias Aquele que “ao culpado não tem por inocente”, (Ex. 34:7) não poderia mais perdoar a rebeldia. Ex. 23:21.
 
Prestemos atenção no relato sagrado e a forma como que Deus tratou a rebeldia no tocante a murmuração na questão alimentar.
 
Núm. 11:4: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo: pelos que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?”
 
O maná havia sido dado como uma alimentação ideal e de forma freqüente. O povo não estava a perecer de fome, pois no maná existiam todas as propriedades necessárias para a manutenção da vida. O povo, contudo, instigados pela mistura de gente que no meio deles estava, o vulgo, sentiram falta de carne e começaram então a reclamar e a murmurar porque não havia carne para satisfazer seu apetite pervertido.
 
Núm. 11:10. “Então Moisés ouviu chorar o povo pelas suas famílias, cada a qual á porta da sua tenda: e a ira do Senhor grandemente se ascendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés”.
 
Veja a diferença entre o que ocorreu antes do Sinai, na primeira vez que Deus enviou carne ao povo, e o que Deus e Moisés sentiram desta vez, quando o povo já tinha luz suficiente para saberem a vontade do Senhor. Diz a Bíblia que a ira do Senhor grandemente se ascendeu”. Por que Deus ficou irado? A questão é simples, o povo tinha o melhor alimento, mas ainda não estavam satisfeitos com a escolha que Deus havia feito para eles, eles queriam carne.
 
Núm.11: 18-20: “E dirás ao povo: santificai-vos para amanhã, e comereis carne: porquanto choraste aos ouvidos do Senhor, dizendo: Quem nos dará carne a comer, pois bem nos ia no Egito? Pelo que o Senhor vos dará  carne, e comereis: Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias: Mas um mês inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela porquanto rejeitaste ao Senhor, que está no meio de vós, e choraste diante dele dizendo: Porque saímos do Egito?”
 
Podemos ver que Deus contra Sua própria vontade prometeu dar ao povo a carne. Porém, insistindo em uma alimentação cárnea, o que era expressamente contra a vontade de Deus, o povo através de um regime tão ruim, estava rejeitando a Deus. Algumas pessoas acreditam que o único pecado dos israelitas aqui era a murmuração e não a alimentação. Contudo, se olharmos bem para estas passagens veremos que o cerne da questão era a carne, tanto que a menção a este “alimento” – se o podemos chama-lo assim – fora feito varias vezes. Sem duvida que a murmuração acumulou  pecado a pecado, mas em outras ocasiões o povo murmurou contra Deus e o mesmo não fora neste incidente que estamos considerando. Veja por exemplo estes textos: Ex. 17:2,3,7; Num. 20:1-11; etc. Aqui, portanto, o descontentamento de Deus era a questão alimentar. O assunto era tão sério que a Bíblia diz que o próprio Deus se sentira rejeitado quando o povo rejeitou o regime que Ele havia indicado e escolhido. E de que forma rejeitaram a Deus? Simples, rejeitando o maná. A inspiração nos diz que o maná era um símbolo de Cristo, e rejeitando o maná estavam rejeitando o próprio Senhor.
 
PP 297. “O maná, caindo do céu para o sustento de Israel, era um tipo dAquele que veio de Deus para dar vida ao mundo.”
 
Hoje muitos cometem o mesmo erro. Deus proveu em abundancia alimento simples, natural e saudável. As pessoas, no entanto não estão, como os Israelitas, satisfeitos com o regime indicado por Deus. Como o vulgo ainda clamam: Quem nos dará carne a comer?”
 
Num. 11:31-34: “Então soprou um vento do Senhor, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou sobre o arraial quase caminho dum dia duma banda, e quase caminho dum dia da outra banda, à roda do arraial, e a quase dois côvados sobre a terra. Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. Quando a carne estava entre seus dentes, antes que fosse mastigada, se ascendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga muito grande. Pelo que o nome daquele lugar se chamou Quibrote-ataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo”.
 
A forma como Deus os havia tratado antes de se acamparem no Sinai quando pediram carne difere totalmente da forma em que Deus os tratara aqui. Nesta ocasião uma praga terrível os feriu e matou a muitos do povo. Quem foi morto por esta praga? Foram aqueles que desejaram comer carne. A palavra de Deus é bem clara: ali enterraram o povo que teve o desejo”. Desejo de que? Sim, de comer carne. Estes foram os que morreram. Aqui vemos mais uma vez que a questão principal era mesmo a carne e que o castigo de Deus viera por este motivo. Caso fosse por causa de murmuração apenas e estaria escrito: “Ali enterraram o povo que murmurou”.
 
CRA 375. “Afastando-se do plano divinamente indicado para seu regime, sofreram os israelitas grande prejuízo. Desejaram um regime cárneo, e colheram-lhe os resultados. Não atingiram ao divino ideal quanto ao seu caráter, nem cumpriram os desígnios de Deus. O Senhor ‘satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma’. Sal. 106:15”.
 
CRA 374. “Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educá-los, a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, "o pão do Céu". João 6:31. Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares.”
 
Quem Deus desejava ensinar com o regime natural dado aos israelitas? Sim, Deus tencionava ensinar a nós. Quem estará disposto a aprender a lição? A Bíblia nos diz claramente que por não aceitarem o regime que Deus indicara, o povo cometeu um grande pecado, pelo qual tiveram que pagar.
 
Heb. 3:16-17: “Porque havendo alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram  do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?”
 
I Cor. 10:5: “Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figuras, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”.
 
O que os israelitas cobiçaram? Não foi a carne? Como Paulo chama esta alimentação? Veja: “não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”.
 
Sal. 106:14-15. “Mas deixaram-se levar da cobiça no deserto, e tentaram a Deus na solidão. E Ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar as suas almas.”
 
CRA 377. “Neste caso o Senhor concedeu ao povo aquilo que não era para seu melhor bem, porque muito o queriam. Não queriam submeter-se ao Senhor para receber as coisas que se demonstrassem para seu bem. Entregaram-se a sediciosas murmurações contra Moisés, e contra o Senhor, porque não recebiam os artigos que se demonstrariam ser um mal. Seu apetite depravado os controlava, e Deus lhes concedeu alimento cárneo, como desejavam, e deixou que sofressem as conseqüências da satisfação de seus apetites concupiscentes. Febres ardentes exterminaram grande número do povo”.
 
Sl. 78:18: “E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo carne para satisfazer o seu apetite”.
 
De que forma tentaram a Deus? Sim, tentaram pedindo carne. Não devemos cometer o mesmo erro. Temos abundância de alimento simples e natural, não cometamos o mesmo erro do povo de Israel!
 
I Cor. 10:9: “E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes”.
 
Lendo Números 21:4-6 você notará que o problema a que Paulo se refere é o mesmo que o de Números 11; a questão era alimentar novamente. Quantos estão tentando a Deus murmurando do alimento natural indicado por Deus em nossos dias?
 
CRA 379, 380. Nossos hábitos de comer e beber mostram se somos do mundo ou do número daqueles a quem o Senhor, por Seu poderoso cutelo da verdade separou do mundo. Estes são Seu povo peculiar, zeloso de boas obras. Deus falou em Sua Palavra. No caso de Daniel e seus três companheiros, há sermões quanto à reforma de saúde. Deus falou na história dos filhos de Israel, dos quais, para seu bem, procurou tirar o regime cárneo. Alimentou-os com o pão do céu; "Pão dos anjos comeu o homem." Eles, porém, animaram seu apetite terreno; e quanto mais concentravam os pensamentos nas panelas de carne do Egito, tanto mais aborreciam a comida que Deus lhes deu para conservá-los em saúde, física, mental, e moralmente. Anelaram as panelas de carne, e nisto fizeram justamente como têm feito muitos em nossos dias. Testimonies, vol. 6, 372”.
 
I Cor. 10:5, 6: “Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figuras, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”.
 
I Cor. 10:11: “Ora tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.
 
CRA 379. “Os filhos de Israel queriam carne, e disseram, como dizem muitos hoje em dia: Sem carne, morreremos. Deus deu carne ao rebelde Israel, mas com ela estava Sua maldição. Milhares deles morreram enquanto a carne que haviam desejado estava entre seus dentes. Temos o exemplo do antigo Israel, e a advertência de não fazermos como eles fizeram”.
 
 
 
 
 
5° Período: DEPOIS DA ENTRADA DE ISRAEL EM CANAÃ ATÉ 1844 (dureza de coração)
 
 

Por muitos anos Deus conseguiu restringir o apetite do povo, tentando mostrar-lhe que para seu bem deveriam ter um regime livre de cadáveres para que pudessem ter uma mente mais clara para compreenderem sua vontade. Durante toda a peregrinação no deserto a carne fora dada apenas por 2 vezes, e a ultima, com o custo da própria vida de muitas pessoas.
 
Mesmo com a revelação da vontade de Deus em levar o povo a um regime mais natural, tal regime nunca fora aceito de coração. O salmista dos esclarece que mesmo Deus tentando refrear o apetite pervertido do povo eles continuaram alimentando o mal e o pecado no coração. Eles endureceram o coração contra a vontade clara de Jeová.
 
Sl. 78:32: Não refrearam o seu apetite. Ainda lhes estava a comida na boca, quando a ira de Deus desceu sobre eles, e matou os mais fortes deles, e feriu os escolhidos de Israel. Com tudo isto ainda pecaram, e não deram crédito às suas maravilhas”.
 
O povo de Israel por varias vezes desejou voltar ao Egito onde poderiam comer carne. Esta oportunidade eles não tiveram. Contudo a Bíblia diz que fizeram isto no coração.
 
At. 7:39: “Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes O rejeitaram, e em seu coração se tornaram ao Egito”.
 
Deus, portanto, permitiu que comessem carne quando entraram em Canaã. No coração e no regime o povo realmente havia voltado ao Egito.
 
Os. 8:13. “Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas, sacrificam carne, e a comem, mas o Senhor não as aceita; agora se lembrará da sua iniqüidade, e punirá os seus pecados; eles voltarão para o Egito.”
 
A profecia dizia que a alimentação do povo iria não mais ser natural como fora no deserto segundo o plano de Deus, mas que quando chegassem a Canaã, por desejarem carne e endurecer o coração contra a vontade de Deus, então o povo comeria carne.
 
Deut. 12:20: “Quando o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como te disse, e disseres: Comerei carne; porquanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme a todo o desejo da tua alma, comerás carne”.
 
CRA 374. “Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Todavia a restrição a um regime sem carne não foi nunca aceita de coração. Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente. Quando se estabeleceram em Canaã, foi permitido aos israelitas o uso de alimento animal, mas com restrições cuidadosas, que tendiam a diminuir os maus resultados. O uso da carne de porco era proibido, bem como de outros animais, aves e peixes cuja carne foi declarada imunda. Das carnes permitidas, era estritamente proibido comer a gordura e o sangue. Só se podiam usar como alimento, animais em boas condições. Nenhum animal despedaçado, que morrera naturalmente, ou do qual o sangue não havia sido cuidadosamente tirado, podia servir de alimento.”
 
É durante este período, a saber, depois que entraram em Canaã que as regras de Levitico 11 e Deuteronômio 14 deviam ser seguidas, já que no deserto a carne, de acordo com o plano de Deus, não fazia parte do regime do povo. Este período da alimentação do povo de Deus voltou a ser como foi logo após o dilúvio, onde passaram então a comer verduras, frutas e carne.
 
Abramos um parênteses aqui para um detalhe importante. Tudo que havia no santuário terrestre tinha um propósito específico. Tudo que ali havia representava algo, uma sombra de uma realidade mais ampla. Desta forma sendo a alimentação algo tão importante, no santuário terrestre havia também algo que representava a alimentação natural do povo de Israel, que era um gômer de maná, ou em média dois litros. Ex. 16:32. Esta porção de maná estava localizada dentro da arca do concerto. Heb. 9:3,4. Quando o povo em Canaã voltou a utilizar a carne como alimento, este simbolismo perdeu sua força. Consequentemente o maná não se achava mais dentro da arca para simbolizar uma alimentação que não mais existia.
 
I Reis 8:9. “Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.”
 
Muitas pessoas não conseguem compreender por que a carne fora tolerada como alimento por Deus durante tanto tempo. Pensam que se Deus assim o fez é porque não tinha nenhuma reivindicação contra. Chegam até mesmo a citar textos da Bíblia onde Paulo manda que comamos tudo que se vende no açougue e outras passagens mais... No entanto devemos ter em mente que neste período, a saber, desde que o povo de Israel entrou em Canaã até 1844, a alimentação, devido à dureza do coração, voltou a ser onívora. Por este motivo a carne limpa, ainda que com várias restrições, fora permitida. Diante disto, todos os textos citados referentes àquele tempo, para defender uma alimentação à base de carne em nossos dias, perdem sua força quando estudamos qual o plano de Deus hoje para nós que vivemos nos últimos dias, que vivemos no tempo da restauração de todas as coisas. Devemos ter em mente que a alimentação cárnea naquele tempo e naquele período fora permitida apenas porque o povo não estava pronto para dar um passo a mais em direção da vontade de Deus. Por isso quando alguém nos interroga por que em Levitico 11 Deus permitiu a carne limpa ou por que em o novo testamento não havia proibição da parte de Deus para o uso de peixes limpos – como por exemplo quando Cristo os multiplicou – respondemos simplesmente e com  base bíblica que a carne fora permitida por Deus devido a dureza de coração de Seu povo desde a entrada em Canaã até o ano de 1844, onde a partir deste tempo a carne voltaria a ser proibida como alimento segundo a expressa vontade de Deus.
 
O divórcio também foi permitido devido à dureza de coração.
 
Deus em Seu trato com seu povo sempre deu a este o livre arbítrio. Deus jamais força a vontade humana. Porém, deixa que o homem colha os resultados de suas escolhas. No caso da alimentação vemos exatamente este principio. Deus não desejava dar a seu povo carne porque sabia que não era o melhor alimento para a saúde nem física e nem espiritual. . “Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares.”
 
Em outras questões Deus procedeu da mesma forma. O divórcio, por exemplo, nunca esteve nos planos Divinos. A Bíblia diz que Deus odeia o divórcio e se entristece com as pessoas que fazem tal coisa. Mal. 2:16. Contudo, O divórcio assim como a alimentação cárnea mesmo não fazendo parte do plano original de Deus, foram permitidos porque infelizmente o povo não estava pronto para andar segundo a vontade de Deus. E Deus em sua misericórdia tolerou tais coisas. Jesus explicou isto nas seguintes palavras:
 
Mat. 19:1-8. “Moisés por causa da dureza de vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim”.
 
MDC 63. “Quando, posteriormente, os fariseus O interrogaram acerca da legalidade do divórcio, Jesus apontou a Seus ouvintes a antiga instituição do casamento, segundo foi ordenada na criação. ‘Moisés’, disse Ele, ‘por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, no princípio, não foi assim.’ Mat. 19:8. Ele lhes chamou a atenção para os abençoados dias do Éden, quando Deus declarou tudo ‘muito bom’. Gên. 1:31”.
 
Portanto, segundo o plano de Deus, o homem deve voltar ao Éden em todos os aspectos. A obra de redenção envolve exatamente isto, levar o homem novamente ao Éden. Isto é tão real e verdadeiro que na própria palavra redenção se encontra a palavra Éden. Repare: rEDENção.
 
CRA 380; CSS 450. “Tem-me sido repetidamente mostrado que Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu desígnio original - que o homem subsista com os produtos naturais da terra”.
 
Nossa pergunta é: Quem estará disposto a tomar parte desse maravilhoso plano? Quem está disposto a viver segundo a vontade de Deus em “que o homem subsista com os produtos naturais da terra”?

 


Conselhos sobre o Regime Alimentar

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