FRENESI

 

 

Oh Choro, Luz, Cantos, Céus
Relâmpagos, Trovões, Tempestades!
Quero o mundo, com os braços meus
Vencer pelo combate!

Magnana graça, que na desgraça
Deixa ao ar um tom de desafio;
Oh fúria que destroça
Quero atravessar o maior rio!

Quero a montanha, o mar, o céu,
As cores do infinito nos dedos meus
Para pintar no mundo um grande véu
Separando os gigantes dos pigmeus.

Aurora imensa e clara; Infinito,
Aclara o pensamento de outrora!
Ilumina o caminho que leva ao paraíso
E destrói o inferno sem demora

Canta o Mar, a Neve e o Gelo,
Voam aves na imensidão.
Hei de alcançar com desvelo
O que quer meu coração.

Pode o homem, tudo pode.
Se o pessimismo some.
Hemos de quebrar o laço do compasso
Que nivela os terrores do espaço!

Agora venha dor, que dó
É elemento inútil e inexistente.
Todo o mal agora se torna em pó
Todo infrator agora é impotente.

Oh gotas de chuva, Terremoto!
Oh lágrimas do céu, Fogaréu!
Jamais hei de me encontrar morto
Antes de combater os males debaixo do céu!

Lama patente, que ignorantemente
Mente descaradamente na frente da gente!
Moscas sem valor hão de se tornar,
E como tais, hão de se eliminar.

Glória, Paz, vitória traz!
Poder que insurge em terra, desterrado.
Há de ainda vivo, avistar as conquistas
Ainda que covardemente baleado!

Loucura insana, futura sanha
De esquecer o passado, desenterrado.
O presente, mormente o brilho incandescente
Se mostra ao mesmo tempo negro e iluminado.

Fogo no Chão, Água no Céu,
Fúria do Mar, Raio no Ar,
Ouço o crepitar dos desenganados
Extirpando seus desdenhados.

Soldados no Chão, Marinheiros no Mar,
Fogo! Canhão! Metralhadoras!
Que o mundo vire de perna pro ar
Enquanto não dominar as suas penas!

Nelson Malzoni
®


 



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